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Padre De Sao Romao Acusado De 19 Crimes De Abuso Sexual De Menores

Porta DA Estrela
September 27, 2013

http://www.portadaestrela.com/index.asp?idEdicao=391&id=17252&idSeccao=3770&Action=noticia

Padre foi ordenado na Igreja Nova em São Romão

[Summary: The former vice rector at the Fundao seminary is facing 19 charges of sexual abuse of minors and the court has begun deliberations in private. The decision to close the trial to the public, including journalists, is because the abuse involved minors. According to the indictment the president abused six children between ages 13 and 15. Five of the students were boarding at the seminary where the alleged crimes were committed.]

O Tribunal do Fundão começou a julgar à porta fechada o padre de 37 anos, ex-vice reitor do Seminário do Fundão, que está acusado de 19 crimes de abuso sexual de menores.

A decisão de fechar o julgamento ao público, incluindo jornalistas, prende-se com o facto de o processo ter vítimas sexuais menores e já era esperada, pelo que no local havia poucas pessoas com intenção de assistir.

De acordo com a acusação, o padre terá abusado de seis crianças entre os 13 e os 15 anos, cinco das quais alunos em regime de internato no Seminário do Fundão, local aonde alegadamente os crimes foram cometidos.

A acusação refere que Luís Mendes terá agido sempre com menores que considerava «mais fracos emocional ou familiarmente e sobre quem tinha forte ascendente».

Às vítimas, o padre diria que aquilo que fazia era «o que os pais faziam aos filhos». Essa justificação também foi apresentada pelo próprio na avaliação psicológica de que foi alvo e na qual se conclui que sofre de «perturbação da personalidade, com desvio no comportamento sexual».

Os peritos que realizaram a avaliação alertam ainda para o «risco de reincidência» e ressalvam que o arguido nunca confessou os crimes, apenas assumindo que se deitava com as vítimas para as «consolar» e «confortar».

Em contraponto, os factos descritos na acusação de forma pormenorizada apontam para actos sexuais relevantes que terão ocorrido numa escalada de frequência e gravidade, nos meses antes da detenção.

Além dessas situações mais recentes, que foram denunciadas à PJ da Guarda por alguns dos pais das vítimas, há também referência a um caso anterior (2008), que foi comunicado às autoridades pela própria vítima, já depois de o padre ter sido detido, a 7 de Dezembro de 2012.

Estes abusos terão ocorrido quando o jovem (actualmente já é maior de idade) era aluno do padre, que, até ser preso, deu aulas de Educação Moral e Religiosa no Externato Nossa Senhora dos Remédios, no Tortosendo (Covilhã), aonde os seminaristas do Fundão também frequentam a componente lectiva.

No depoimento, o jovem, que acabou por pedir transferência daquela instituição de ensino, garantiu também que, à data, tentou denunciar a situação. Primeiro terá tido uma conversa com um responsável do Externato e depois enviou uma mensagem de correio electrónico para Ministério da Educação (ME). Essa mensagem - cujo envio foi, no decorrer da investigação, confirmado pelo ME - nunca teve tratamento. Já o responsável do Externato, ouvido no âmbito do inquérito, garantiu que o aluno apenas lhe falou em «desentendimentos» e lhe pediu para abandonar as aulas do padre, sem especificar que as razões se prenderiam com abusos sexuais.

A primeira sessão do julgamento começou já depois das 10h30, altura em que as testemunhas arroladas (50 pessoas) foram informadas de que já não seriam ouvidas durante a manhã. Cinco dessas pessoas foram convocadas para a tarde e as restantes deverão depor em outras sessões, que já ficaram marcadas para os dias 26 de Setembro, 2, 14 e 16 de Outubro. O tribunal pretende ouvir 10 testemunhas por dia, primeiro as de acusação (19), seguindo-se as 31 de defesa.

Das seis vítimas, prevê-se que apenas uma (um jovem que terá sido abusado em 2008 e que hoje já é maior de idade) preste declarações. As restantes já foram ouvidas para memória futura em fase de inquérito.

Durante a primeira sessão do julgamento o arguido não prestou declarações, tendo optado pelo silêncio.

O padre encontra-se em prisão domiciliária desde o dia em que foi detido. Inicialmente, foi para casa dos pais em São Romão, Seia, e mais tarde foi transferido para uma casa da Diocese da Guarda.




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